terça-feira, 25 de setembro de 2007

Plantas enxertadas

As plantas enxertadas são obtidas por processo industrial de enxertia em bancada.
A enxertia é feita em máquinas de enxertar e são postas a estratificar em estufas para ligar os dois elementos ( vide europeia e o bacelo americano ) e de seguida plantadas em viveiro para enraízar.
No ano seguinte são comercializadas com a raíz nua, isoladas na parte superior com uma cêra protectora, agrupadas em molhos conforme mostra a figura.
Este processo tem a vantagem de se obter, nos viveiros da especialidade, os clones de videiras de castas de qualidade nem sempre disponíveis para fazermos a enxertia de campo.
Num dos posts anteriores sobre "cepas com pedigree" já se falou da importância dos produtos certificados.

domingo, 23 de setembro de 2007

A casta branca Arinto

Nome oficial : Arinto
Na região dos Vinhos Verdes é conhecida por Pedernã.
A Arinto é uma cepa plantada de Norte a Sul de Portugal, sendo muito importante na elaboração de alguns vinhos brancos; próximo de Lisboa em Bucelas, desde há séculos que os vinhos á base de Arinto se tornaram famosos.

Estas uvas Arinto da Ribeira de Oura são responsáveis pela frescura dos brancos que estão de novo a projectar a fama dos vinhos da zona de Vidago.

sábado, 22 de setembro de 2007

Vinha tradicional em Segirei - Chaves

Esta foto, desta relíquia de vinha velha, foi retirada do blog vizinho da aldeia raiana de Segirei.
Nem de propósito, se conseguia melhor para fazer o contraste com as novas técnicas da cultura da vinha.
Esta vinha cultivada de forma livre e poda curta, muito bem trabalhada á moda antiga sem uma ervinha.
Se estiver nas encostas solarengas do rio Mente de certeza que dá bom vinho !

A Tinta Amarela


Nome oficial : Trincadeira Preta, em Trás-os-Montes chama-se Tinta Amarela.
A Trincadeira é uma cepa tradicional do Alentejo e bastante cultivada em Trás-os-Montes.
Dá óptimos vinhos monovarietais, aqui na região do Alto Tâmega no concelho de Valpaços começam a aparecer vinhos desta casta com algumas medalhas ganhas em concursos internacionais.

Estas fotos são de cepas da Qt. de Arcossó da Ribeira de Oura, o que leva o autor deste blog a acreditar que : "Chaves também pode ser terra de vinhas"!

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

A vinha modelo da Ribeira de Oura

As famosas ladeiras de Arcossó são terras de bom vinho.

Vinha plantada ao alto com sistema de drenagem a meio da encosta.

Vinhas da Ribeira de Oura - Tinta Roriz

Nome oficial: Aragonez, para nós transmontanos chama-se Tinta Roriz


Uma cepa de Tinta Roriz com umas belas uvas

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Boas uvas, Tecnologia e Marketing !

Uma adega do "Novo Mundo", com as barricas de carvalho empilhadas junto da cuba de fermentação em inox, neste cenário maravilhoso.
Esta adega pertence a Lafondwinery de Santa Barbara na Califórnia, está com as mesas postas para mais uma festa de casamento.
Que bela ideia para promover um vinho e uma marca !

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Vinhas da Ribeira de Oura - Arcossó

Esbelta e elegante ela chama-se Tinta Barroca



Destas uvas Arinto só pode sair bom vinho


A Touriga Nacional em terras de Arcossó





Quando uma imagem vale mais do que mil palavras ...

Biodiversidade, sim ou não?

Hoje estiveram reunidos em Portugal os ministros da Agricultura da UE a debater a cultura da vinha.
Em Portugal houve manifestações de agricultores em que chamavam atenção para as dificuldades dos pequenos viticultores, face às novas propostas da PAC.
Mais uma vez, fala-se de novo arranque de vinha na União Europeia.
A Europa arranca, o "Novo Mundo" planta !
O tema não podia ser mais actual.
A globalização já está nos hipermercados de Chaves, vende-se vinho do Chile e da Califórnia a preços convidativos.
Então o que mudou nos últimos anos?
O chamado "Novo Mundo" pegou nas castas mais nobres dos países que históricamente cultivavam a vinha e investiu na investigação científica e começou a fazer vinho a que hoje se chama de "vinho tecnológico". Nas provas cegas ganha medalhas e dá bigodes aos Bordeaux!
Boas uvas, bem trabalhadas, com muita tecnologia na adega.
Como era antigamente?
Os nossos avós eram partidários da biodiversidade da vinha; muitas castas diferentes, todas misturadas, eram uma espécie de seguro de colheita, pois se uma falhava outra compensava... o objectivo era a quantidade dos "almudes"que tinham que produzir para manter a casa e pagar ao padre ou dar de beber aos trabalhadores no dia da jorna.
Nunca tinham um vinho "igual", quando muito parecido ... era até interessante todos os anos comentar os sabores do vinho da última colheita.
O vinho era saboroso á saída da pipa, depois de transfegado uma vez engarrafado azedava, voltava a ferver ou ficava vinagre! Na melhor das hipóteses ia perdendo a cor... e ficava cansado.
A vindima fazia-se pela maturação média, umas uvas muito maduras outras bastante verdes e algumas uvas mais ou menos doces!
O objectivo era um vinho frutado com muita "chispa"... para matar a sede!
A nova maneira de fazer:
No Douro as grandes companhias fizeram replantações com menos castas e as vinhas monovarietais, ou com talhões monovarietais.
No Alentejo alguns estrangeiros romperam com a tradição local e plantaram castas do "Novo Mundo" e fizeram adegas tecnológicas.
No concelho de Chaves também já há produtores que assimilaram as teses dessa nova escola.
Os vinhos (reservas) já se aguentam vários anos... e até melhoram a qualidade... tornam-se macios até parece milagre!
Eu sei que faz muita confusão aos nossos agricultores ouvir falar de vindimas monovarietais.
Pois é, vindimar o que está maduro e fermentar uma casta de cada vez!
Depois fazer a "mistura" de acordo com os objectivos e as tendências do mercado.
O produto final, o vinho obtido, é o resultado de um processo industrial e nunca de um processo aleatório derivado das condições climatéricas anuais.
As fermentações são feitas com conta peso e medida em equipamentos de temperaturas controladas e outras tecnologias.
Pode adiar-se a morte das pequenas explorações á moda antiga... com ou sem PAC, não mudar nada é o caminho directo ao fracasso.
Biodiversidade sim, mas... ou seja: manter "vivas" no nosso País muitas castas, mas cada parcela tem de ser cultivada de uma forma racional em cultura monovarietal.
Com muito sol e um clima temperado, fazendo como os outros já fazem, é possível competir neste mercado cada vez mais global e talvez até com algumas vantagens competitivas!
Está tudo inventado, não sejamos preguiçosos!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

A robótica do Novo Mundo

Esta máquina robotizada é uma estação multi-paramétrica que analisa de forma imediata e automática os três parâmetros da maturação das uvas: grau Brix, pH e acidez total.
Montada na entrada de acesso à adega, recolhe a amostra das uvas directamente do reboque do tractor ( ou dos contentores ), à vista do fornecedor das uvas e faz a análise imediata.
Não vale a pena tentar "enganar" a adega com uvas sem qualidade pois o robot dá ordem para bloquear a passagem impedindo a descarga do produto.

Setembro mês de vindimas

Marcar a data da vindima é agora a tarefa mais importante.
O controle da maturação mais simples é feito pela medição da concentração dos açucares ( graus Brix ) no mosto por meio deste pequeno aparelho óptico chamado refractómetro.
Basta colocar uma gota de sumo de uva no prisma e ler o valor na escala Brix.
Fazendo medições programadas num determinado número de cepas pré-marcadas vai-se acompanhando o estado da maturação das uvas.
Esta ferramenta é o mínimo equipamento que todo o viticultor deve possuir.
Actualmente fazem-se outras medições mais completas, tais como: graus Brix, o pH, a acidez total, para determinar o ponto exacto de maturação das uvas.
Para obter um bom vinho, a primeira das condições necessárias é ter boas uvas!
Depois... as tecnologias fazem o resto!

domingo, 9 de setembro de 2007

As novas castas de Chaves

A Portaria nº 124/2006 de 9 de Novembro, estabelece as regras para a denominação de origem ( DO -Trás-os-Montes), no seu anexo II indica as castas a utilizar na elaboração dos vinhos.
As castas para o concelho de Chaves, são:
BRANCAS (12):
Alvarinho, Arinto, Bical, Boal Branco, Côdega do Larinho, Fernão Pires, Gouveio, Malvasia Fina, Moscatel Galego Branco, Rabigato, Síria, Viosinho.
TINTAS (15):
Alicante Bouschet, Aragonez (Tinta Roriz), Baga, Bastardo, Castelão (Periquita), Cornifesto, Malvasia Preta, Marufo, Tinta Barroca, Tinta Carvalha, Tinto Cão, Touriga Franca, Touriga Nacional, Trincadeira (Tinta Amarela), Moscatel Galego Roxo.
Quanto a castas é uma fartura e há para todos os gostos... agora temos todas as da moda ( do Douro e Alentejo ) e também as castas existentes nas vinhas velhas da região.
Como novidade aparece o Alvarinho!
Para saber (+) consultar a fonte: Diário da República, 1ª Série- Nº216 - 9 de Novembro de 2006.

sábado, 8 de setembro de 2007

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Cepas com pedigree

As plantas já enxertadas são etiquetadas com um certificado, de pureza e garantia sanitária, obrigatório em toda a União Europeia.
- A etiqueta laranja corresponde a material standard de proveniência conhecida e que foi objecto de selecção massal por visualização externa de pureza varietal e sanitária.
- A etiqueta azul corresponde a material certificado obtido por selecção clonal a partir de um viveiro de plantas base.
No material certificado é obrigatório indicar o número do clone que foi registado em um organismo internacional depois de um complexo processo de certificação, além da identificação do viveirista.
A importância do uso de material certificado tem a ver com a preocupação de evitar a propagação de vírus por via vegetativa.
Os clones foram selecionados ao longo dos anos por um trabalho apurado da comunidade científica em função de determinados objectivos.
Infelizmente, nos dias da feira semanal em Chaves, continua a comercializar-se material de origem desconhecida com os perigos de propagação perpétua de determinados vírus e doenças das videiras.
O tempo de fazer como meu avô me ensinou já passou. As próprias Adegas Cooperativas que tem "pés para andar" já há muito tempo vem dando instruções precisas aos seus associados!
Em Chaves, nesta matéria, também é um deserto de ideias... ( salvo raras excepções, óbviamente); mais uma razão para aquele meu amigo voltar a dizer que "Chaves não é terra de vinhas"!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Dois livros sobre as Vinhas de Portugal

16 Castas Portuguesas de José A. Salvador, edição Jornal de Notícias.
Uma obra ilustrada sobre as 16 castas portuguesas que estão na moda!


Os Vinhos e Vinhas de Portugal uma obra editada em inglês e português.

O autor é Richard Mayson, professor na Wine and Spirit Education Trust and Leith´s Scholl of Food and Wine - London.
Membro da Confraria de Vinho do Porto e apaixonado pelas vinhas portuguesas.

Duas obras muito interessantes, para não especialistas e bloguistas como nós; para quem gosta de saber algo mais sobre a vinha para além da simples notícia do jornal.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Duas das cinco melhores

Tinto Cão e Tinta Barroca pertencem ao grupo das cinco melhores castas do Douro.
Estas castas são agora autorizadas e recomendadas para elaboração dos VQPRD de Chaves.

Ampelografia das duas Tourigas

A Touriga Nacional, considerada pelos especialistas portugueses como a "melhor casta do mundo".
Com uma folha áspera parecida com a Touriga Franca mas perfeitamente identificável pelos vários recortes.

Touriga Franca, também conhecida por "Touriga Francesa", já nossa conhecida em posts anteriores, é uma casta com muita expressão nos encepamentos de Trás-os-Montes.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

Uma bastardeira com mais de 80 anos!

Inconfundível folha redonda, característica da Bastardeira, a cepa que toda a gente conhece!


Esta cepa foi plantada, pelo meu avô Fernandes, no princípio do século XX.
Na próxima época de enxertia vai ser clonada!
A casta Bastardo era a cepa raínha em Chaves e muito apreciada no Douro; dá muito álcool e os vinhos que tinham muito Bastardo davam muito grau.
Actualmente tem vindo a ser substituída pela cepas da moda - Tourigas e Tinta Roriz.

Ampelografia das videiras























Um exemplo da ampelografia, é muito fácil distinguir duas videiras diferentes pela forma da suas folhas.